Quem não quiser assinar não assine. Quem tiver raiva desse tipo de coisa, bastam nome e e-mail.
Ah, o link: http://www.PetitionOnline.com
Mas sabem o que é pior? Tem gente que acha que essa merda é arte mesmo...
Um blog para publicar e discutir meu livro OS MORTOS ESTÃO NO LIVING, adotado nos vestibulares de 2007 a 2009 da Ufes. Os curiosos, sintam-se à vontade para perguntar ou comentar o que quiserem. No fim de semana, eu junto perguntas e comentários e respondo o que eu souber. Se ninguém disser nada, fico quieto aqui no meu canto, que nem moita de espinho... Divirtam-se.
É que Narciso acha feio que não é espelho.
— Caetano Veloso
Era — já — a hora da lua: em breves semitons de azul e verde, ela surgiu, pingo de-prata, com o hálito antropófago da noite.
Ancorado no acaso da calçada, ele ficou procurando palavras para justificar sua permanência e tanto fantasiou que virou estrela.
Como tal, sentiu-se na obrigação de brilhar. E brilhou, brilhou, brilhou de tal forma que, por excesso de resplandecência, fez desaparecer os oceanos, a lua, os plantadores de rosas, as outras estrelas. Mas ficou querendo voltar a ser homem para receber homenagens, pois seria o único homem-estrela do mundo, de maneira que vestiu sua melhor roupa e desceu do céu.
No entanto, seu fulgor ofuscava as pessoas e elas ou fugiam dele, assustadas, ou o atacavam com o que encontrassem à mão: paus, pedras, edifícios. Decepcionado, ele tornou para o firmamento e jurou vingança: iria brilhar ainda mais. Afogaria todos em sua luz.
Foi quando a manhã floriu outro futuro e o sol confiscou-lhe a imaginação.
É — já — a hora da Lua. Ainda perdido no acaso da calçada, ele se ama, indeciso entre um tango argentino e um trago de aguardente, enquanto a noite pousa, desdentada, no quintal da sua cabeça.