sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Numa quarta-feira sombria


Passou a andar de costas, com medo de encarar o tempo. Talvez por isso não se saiba exatamente quando desabou. Alguns dizem ter sido numa noite farta, com os telhados das casas retinindo de lua, que o asco represado atravessou-lhe a garganta, feito lâmina de aço. Então, o corpo teria sido sacudido violentamente, as mãos tentando ainda reter a vida que lhe fugia, os pulmões explodindo, e só foi encontrada na manhã seguinte, junto a uma poça de vômitos os mais díspares: poesia, ócios, ódios, limites, entre restos coagulados de uma lucidez perplexa, como se tudo que descobrira fosse bile.

Não havia pistas nem explicações plausíveis, nada sobre o que especular, ao lado do corpo.

Os jornais nem deram a notícia.

3 comentários:

Anônimo disse...

Ola Miguel Marvilla,
como que eu faço para comprar OS MORTOS ESTAO NO LIVING...
sou de minas gerais!!!
abraços...

Anônimo disse...

oi...
como q faço para comprar seu livro OS MORTOS ESTAO NO LIVING.
vo prestar vestibular na ufes e gostaria muito de ler o seu livro.
obrigado!

Miguel Marvilla disse...

George e Cláudio: vcs podem escrever para a editora: florecultura@gmail.com. Lá eles informarão um número de conta para o depósito e vcs enviam o endereço para receberem os livros. Enquanto isso, muitos dos contos estão publicados aqui no blog...

Um abraço.