terça-feira, 13 de março de 2007

Poeta surpreendente

Ei, gente que gosta de (boa) poesia: abri parênteses aqui, antes do que prometi (20 de março) pra dizer que tem um garoto de 17 anos, Lucas dos Passos e Silva, escrevendo como gente grande, cheio de meios-termos, sutilezas e ironias (de quebra, ele é tricolor tb hehe). Fica devendo nada a poeta de livro publicado, não. Experimentem só este poema dele e vejam se não tenho razão:

AMOR?

Não, obrigado.
Estou tentando largar.

• • •

O blog dele é: http://o-velho-e-a-flor.blogspot.com/. Vão lá com os sentidos abertos, como desejava o Caeiro, e tomem um porre de poesia. Desde já vou ficar indo-vindo daqui pra lá. Encontro bêbado vcs bêbados pelo caminho.

PS: Este post é porque a gente tem de fazer de tudo para divulgar coisas boas. Assim o planeta fica melhor. Literatura é puro prazer.

8 comentários:

l. p. disse...

Poxa vida! Valeu mesmo pela força!
Nem sei o que... Enfim, muito obrigado.

Cê não sabe o tamanho do incentivo que tá me dando.

Valeu de novo.

Abraço,

Lucas

Anônimo disse...

ainda q eu esteja tentando largar o amor, bem como o Lucas... desde já gostaria de dizer ki AMEI o poema! como eu disse pra sua filha Íris, poderia tê-lo comigo pra vida toda...
=o*

Miguel Marvilla disse...

Tentando largar o amor? Q isso, Akemi? Amar é um vício do bem, é a melhor coisa que a gente pode fazer enquanto está no planeta.

Uma dorzinha de amor aqui, outra ali é normal. A gente sobrevive: amor com amor se apaga. Eu gostei muito do poema do Lucas pela ironia, pelo ar meio blasé que circunda os versos dele. Mas acho que ele - poeta - sabe que o amor e seus congêneres (os fascínios, as paixões...) é que movem o planeta. Eu, de minha parte, transcrevo (e subscrevo) versos do Drummond:

"Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?"

-------------

"Carlos, sossegue, o amor
é isso que você está vendo:
hoje beija, amanhã não beija,
depois de amanhã é domingo
e segunda-feira ninguém sabe
o que será."

• • •

Credo! Daqui a pouco, viro conselheiro sentimental... ou abro uma tenda tipo: "Pai Miguel: desfaço maus-olhados, trago seu amor de volta, retiro unha encravada..."

l. p. disse...

urtMas traz mesmo?

Sobre largar o amor, um verso que gosto:
"Sei lá... Sei lá... Só sei que é preciso paixão."

And so it is...

Thayla F. disse...

Acho que podem existir vícios piores e melhores...

Aliás... Qual a diferença entre eles?

Já está mais do que dito que o vício de ontem pode ser (ou será 'é'? )a virtude de amanhã.


Só para marcar presença.
Saudades.

Beijos.

Anônimo disse...

Olá.. olha eu aqui de novo hehe!! Infelizmente eu tenho uma certa dificuldade em interpretar textos subjetivos, por isso não se assuste quando vir perguntas meio idiotas, hehehehe.

Aí vai uma: pq no posfácio está escrito q o livro é como um kaleidoscópio? (Na verdade não me recordo se a afirmação é realmente essa, mas é quase isso...)
Espero q possa responder ;)
Vlw, um abração.

Miguel Marvilla disse...

Mônica, o Paulo Sodré (um poeta absolutamente brilhante e uma dessas pessoas imprescindíveis a minha existência) diz, na "Carta aos mortos", que acha os textos do livro calidoscópicos. É talvez o maior elogio já feito aos meus contos, a síntese a que eu gostaria que meus leitores chegassem. Vc já viu um calidoscópio? É um dos mais simples e fascinantes artefatos já inventados: um tubo cilíndrico, cheio de pedacinhos coloridos de vidro (ou outro material), que se refletem em espelhos dispostos ao longo do tubo, de modo que, à medida que vc move o tubo, os pedacinhos se rearranjam, formando imagens belíssimas, todas simétricas. São imagens em constante mutação e acho que foi isso que o Paulo quis dizer com "textos calidoscópicos". Eu mesmo, a cada vez que releio algum trecho encontro interpretação que não tinha visto antes; a cada vez que alguém me diz algo, vejo outras possibilidades... e espero que assim aconteça com os que lêem meu livro. Veja bem: não se trata aqui de simplesmente gostar ou não, mas de enxergar novas formas a cada movimento.

• • •

PS: Gostei da pergunta. Ela me deu oportunidade de pensar de novo no texto do Paulo (aqui eu sou o intérprete) e já vi nele outras coisas. Volte quando quiser – e traga seus amigos. O blog está meio que empoeirado, mas em breve vou dar uma espanada geral aqui.

Anônimo disse...

Obrigada ;)
To chamando um pessoal da sala pra participar aqui do blog, mas sabe como é, grande parte é da área de exatas e ainda nem começaram a ler os livros hehehehe. Abraço.